Cientistas acreditam que um composto, chamado inibidor de histona desacetilase, pode reduzir significativamente a perda da memória relacionada com a idade. Porém, o efeito do medicamento pode durar apenas alguns anos.
A perda de memória relacionada com a idade, normalmente, acontece quando o idoso lembra de coisas que aconteceram décadas atrás, mas não se lembra de coisas recentes.
O processo de formação de memórias de longo prazo, que são as que persistem por mais de doze segundos, é pouco compreendido. Os neurocientistas têm provas de que o hipocampo, uma área do cérebro, é fundamental para o processo.
Para afixar uma memória em nosso “banco de dados”, vários impulsos elétricos disparam nos espaços entre os neurônios – as sinapses. Isso desencadeia a liberação de neurotransmissores, que formam novas conexões entre os neurônios. As memórias de longo prazo são menos propensas a se formarem se certos genes não forem ativados.
Normalmente, no núcleo das células, o DNA se envolve em torno de uma proteína, chamada de histona. Uma pequena molécula, do grupo acetil, se envolve com a histona H4 (há cinco grupos de histona). Quando isso acontece, o DNA se solta um pouco da proteína. Isso torna a transcrição, que permite que o gene seja expresso em neurotransmissores, mais fácil.
O que acontece com a pessoa que tem perda de memória relacionada com a idade é que não há suficientes grupos acetil para se ligarem às histonas H4. Assim, o DNA permanece bastante envolto nas histonas, e os genes que controlam a formação de memória continuam “suprimidos”.
A ciência ainda não sabia como tratar esse problema. Agora, uma classe de compostos usados para tratar o câncer pode ajudar os neurocientistas a desenvolverem um medicamento.
Em um estudo sobre o envelhecimento dos ratos, os pesquisadores mostraram que os inibidores da histona desacetilase ajudaram os ratos a ter um desempenho 50% melhor em testes de memória.
O inibidor de histona desacetilase garante que as histonas H4 tenham suficientes grupos de acetil, de modo que o DNA enrolado em torno da histona fica disponível para a transcrição. Assim, os códigos do DNA que cuidam da formação da memória podem ser usados para produzir proteínas, ajudando a restaurar a formação da memória.
Os cientistas afirmaram que esses medicamentos podem ser utilizados em conjunto com outros para tratar pacientes de Alzheimer. Porém, não deve ser prescrito para todo o caso de perda de memória.
Problemas de memória são mais comuns após os 40 anos, mas na maioria dos casos não significam o início de alguma doença ou condição de senilidade. Os cientistas dizem que as pessoas só devem se preocupar se começarem a esquecer boa parte do seu vocabulário ou perder a capacidade de resolver facilmente problemas de matemática.
Os cientistas também alertam que as pessoas têm mais riscos de desenvolver perda de memória relacionada à idade se tiverem colesterol alto, histórico familiar de Alzheimer, se beberem em excesso ou participarem de esportes que envolvam golpes na cabeça.
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