quinta-feira, 25 de abril de 2013

Medo é apagado do cérebro de ratos

rato de laboratório


Todos sabem que memórias de situações que nos causaram medo – como aquela vez em que aquela lagartixa que caiu na sua perna quando você menos esperava – podem ser traumáticas. Você pode nunca mais conseguir se aproximar de uma lagartixa, afinal. No entanto, cientistas estão desenvolvendo uma solução para acabar com esses e outros traumas.
É uma nova técnica, testada em ratos, que pode aliviar seu medo de lagartixas e, até mesmo, apagar completamente a memória daquele dia fatídico em que uma delas resolveu aterrissar em você.
Memórias assustadoras, assim como outras lembranças ruins, são mais fáceis de serem guardadas pelo cérebro do que as lembranças boas. Agradeça isso à evolução. Quando sofremos algum mal, passar a temer e a lembrar constantemente dele nos torna mais alertas e nos dá uma vantagem no duro jogo da sobrevivência.
Sendo assim, o cérebro tem uma grande dificuldade de apagar essas memórias – muitas vezes, nem com anos de terapia, consegue-se ‘deletar’ esses medos. O cérebro também não tem capacidade de distinguir o medo racional do irracional e armazena os dois tipos. Mesmo que você saiba que uma lagartixa não irá te fazer mal, você ainda tem medo dela.
Memórias ruins acontecem por causa de eventos ruins, logicamente. Mas a conexão não acontece no momento do evento que o assustou. “Inicialmente, a memória é fraca e, se o medo for confrontado nesse ponto, é mais fácil a sua superação” afirma a condutora dos estudos, Marie Monfils, da Universidade do Texas. “Depois de certo tempo, no entanto, a memória começa a ficar mais conectada com o cérebro”.
Depois de algum tempo, quando encontramos o motivo de nosso medo, algo aciona uma resposta no cérebro e saímos correndo, nos escondemos, evitando ao máximo o confronto.
O novo método, que até agora só foi testado em ratos, envolve, primeiro, criar uma memória de pânico no roedor. No caso, uma campainha tocava antes que o animal recebesse um choque. Com o tempo, o rato passou a temer a campainha, porque já sabia que, em seguida, levaria um choque.
Depois de vários choques, os cientistas tocavam a campainha uma única vez sem machucar os bichos. Após um período sem choque e nem campainhas, os cientistas passavam a tocar a campainhas frequentemente, ainda sem machucar os bichos. Com o passar do tempo, os ratos não sentiam mais medo do som.
A diferença da técnica para as terapias conhecidas é que ela abre uma memória – uma vez, no período normal de choque, eles não foram machucados após a campainha. Depois essa memória é confirmada, já que a campainha não estava mais sendo acompanhada por dor.
Ainda falta um bom tempo para que essa técnica possa ser aplicada em humanos, mas Monfils está bastante otimista. 

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